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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Chegamos ao fim...













Universidade de Brasília - UnB
Faculdade de Ciência da Informação - FCI
Disciplina: Diplomática e Tipologia Documental
Professor: André Porto Ancona Lopez
Monitor: Thadeu Alexander

Grupo: Os Senhores do Arquivo

Integrantes:
            Vitor Luiz
            Guilherme Eller
            Guilherme Balduíno
            Rodrigo Lopes

TRABALHO FINAL

Introdução

Dentro da arquivologia nos deparamos com conceitos importantes para cada etapa que ocorre dentro do ciclo de vida de um documento. A diplomática que estuda o documento em direção a sua gênese e a tipologia que tem como estudo os tipos documentais, possuem um papel relevante na identificação dos valores intrínsecos e extrínsecos de um documentos, valores estes que são necessários para o bom funcionamento de um arquivo de uma determinada instituição ou empresa.

Na disciplina de Diplomática e Tipologia Documental, através das aulas ministradas, da criação e atividades feitas no blog e da oficina, as noções de análise diplomática e tipológica foram se tornando mais claras e foram adquirindo forma dentro da nossa forma de pensar a arquivologia.

Dentro das atividades propostas no decorrer do semestre, diferentes pontos de vistas foram observados nos mostrando que os conceitos e as afirmações podem variar de acordo com o foco de cada estudioso da área.

Processo de escolha e desenvolvimento do blog e oficina

No início dos nossos estudos sobre a diplomática, a tarefa de escolher um documento para trabalharmos no decorrer do semestre nos foi dada. Por estarmos bastante ligados com as novas tecnologias e por todo esse avanço digital ser um marco forte de nossa geração, escolhemos os Doodles da Google para ser o documento em questão. Como tudo ainda estava bem no início não tínhamos noção se esta escolha facilitaria ou dificultaria o processo de aprendizagem sobre a diplomática e a tipologia e por ser um documento digital sabíamos que as informações necessárias para trabalharmos com esse documento seriam diferentes de um documento "em papel".

Em paralelo com que as noções dos conceitos da disciplina e de sua análise iam ficando mais claros para nós, nosso trabalho com os Doodles ia ganhando cada vez mais forma.

Primeiramente identificamos que a dificuldade em determinar se um documento era digital, virtual pu eletrônico era presente em nosso cotidiano. Pois bem, dentro da arquivologia a definição desse documento é mais específica. No caso ele é um documento digital em uma plataforma virtual, ou seja, mesmo podendo ser visualizado de diversas maneiras em qualquer lugar com acesso à internet, o documento original possui uma unidade física que mantem esse documento disponível para acesso, logo se esta unidade “sair do ar” por algum motivo o acesso ao documento original ficaria impossibilitado.

Observamos que o nosso documento por ser digital gerava muita dúvida nas pessoas a respeito de sua autenticidade e veracidade, já que de qualquer lugar com internet é possível acessar o site de pesquisas da Google e dar de cara com o Doodle do dia. Com isso identificamos os requisitos necessários para um Doodle ser considerado autêntico e verídico: ser criado pela empresa ou selecionado por ela para representar a instituição (um Doodle criado por qualquer pessoa pode se tornar um doodle da Google através dos concursos realizados pela empresa) em uma determinada data e posteriormente fazer parte do seu acervo.

Logo após identificamos os valores administrativo e histórico dos nossos documentos, caracterizando-o assim como um documento de arquivo. O documento digital, possui caráter de documento arquivístico por possuir valor administrativo (primeiramente) e histórico e probatório (após a perda do seu valor administrativo. O valor administrativo no nosso documento, é aquele quando o Doodle está na página inicial do Google, representado a marca e criando o vínculo entre a empresa e o usuário, vínculo esse que possui importante relação para a empresa já que esta possui o interesse de melhorar cada vez mais relação com o usuário/consumidor. Após o Doodle sair da página de pesquisa da empresa ele vai para um acervo que pode ser acesso por qualquer pessoa e lá estão todos os doodles utilizados até a data do acesso, podendo ser acessadas as informações a respeito da criação de cada doodle. Esse acesso no acervo se dá quando o documento já possui o valor histórico para instituição, ou seja, remete a tudo que já foi feito pela empresa na intenção de aproximar-se de seus clientes/usuários.

Através de nossos estudos e da orientação do Professor, identificamos que os Doodles são uma série documental (espécie + função) dos arquivos da empresa Google. Esta noção é importante para observarmos que mesmo nos documentos digitais é necessário analisar as diferenças entre um arquivo e uma coleção para poder definir com que tipo de documento estamos lidando.

Nos concluímos que a destinação final do nosso documento é o arquivo permanente da empresa (Google). Possui dentro de suas dependências todo um acervo com a série dos Doodles aprovados e não aprovados para posterior consulta e análise. No caso dos aprovados e exibidos na página inicial da Google, após o período de exibição, os documentos são disponibilizados para consulta em uma outra página onde encontram-se as informações a respeitos de todos os Doodles já exibidos.

Com o aprofundamento dos estudos na diplomática e no estudo dos documentos digitais, começamos a perceber o quanto é importante analisar o contexto (tudo aquilo que está ao redor do documento) para que o documento receba o tratamento adequado e seja analisado e descrito da forma mais precisa e correta possível. Os nossos documentos passaram a ser enxergados de uma forma mais clara e definida por nós e esperamos que através de tudo que foi exposto essa compreensão possa ser repassada.

Conclusão

Algo que percebemos com os estudos durante esse semestre foi que ao analisar um documento de forma singular, uma série documental ou um fundo, é necessário que se saiba com que tipo de documento estamos lidando, não só o seu suporte e formato, mas sim todas suas características extrínsecas e intrínsecas e muitas vezes o profissional responsável pelos documentos ou por um arquivo não se prepara suficientemente,ou não é instruído de forma correta. Isso provavelmente afetará o acesso e a compreensão do que está ou deveria estar presente em uma determinada empresa, instituição ou arquivo pessoal.

O fato de a oficina ter sido apresentada para pessoas que possuíam ou não noções a respeito da arquivologia, fez com que ela fosse preparada para uma compreensão mais fácil e básica a respeito dos conceitos apresentados, desta forma, o nosso blog e a oficina virtual possui um papel interessante dentro de nossa área de conhecimento já que pode auxiliar e instigar pessoas que estejam se interessando ou necessitam de conhecimentos a respeito da diplomática e tipologia documental.

Para nós Senhores do Arquivo, a disciplina nos fez despertar um olhar crítico a respeito do documento, sua criação e todo seu contexto, a importância do arquivista em todo o processo que envolver o estudo e análise de um documento arquivístico. Esses levantamentos muitas vezes acabam não sendo muito debatidos no meio acadêmico e com isso o lado crítico do estudante acaba, em alguns casos, sendo pouco desenvolvido e, em outros, se desenvolve porém não encontra um modo de ser expressado. É importante que com o passar do tempo este lado crítico possa ser mais criado, utilizado e exposto, preparando os envolvidos no estudo da Arquivologia e seus desdobramentos para os avanços e mudanças que ocorrerão dentro e ao redor desta área. 


Bibliografia

LOPEZ, A. Identificação de tipologias documentais em acervos de trabalhadores. In: Antonio José Marques; Inez Tereznha Stampa. (Org.). Arquivos do mundo dos trabalhadores: coletânea do 2º Seminário Internacional. São Paulo; Rio de Janeiro: CUT; Arquivo Nacional, 2012, p. 15-31.

AAB/SP - ASSOCIAÇÃO DOS ARQUIVISTAS BRASILEIROS. Núcleo Regional de São Paulo. Dicionário de terminologia arquivística. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1996.

ARQUIVO NACIONAL. Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística. Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, 2005

Blog do Professor Daniel Flores: disponível em: http://documentosarquivisticosdigitais.blogspot.com.br/

DURANTI, Luciana. Diplomática:usos nuevos para una antigua ciencia. Trad. Manuel Vázquez. Carmona (Sevilla): S&C, 1996. (Biblioteca Archivística, 5). cap. 1
LOPEZ, A. et al. Blogs como ferramenta de ensino-aprendizagem de Diplomática e Tipologia Documental: uma estratégia didática para construção de conhecimento. Perspectivas em Gestão do Conhecimento.João Pessoa, v. 1, número especial (2011): Perspectivas em Arquitetura da Informação, p. 86-99.






Um abraço dos Senhores do Arquivo!

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